Photobucket
Photobucket

quinta-feira, 1 de maio de 2008

OIC- Ordem da Imaculada Conceição

A Ordem da Imaculada Conceição, fundada por Santa Beatriz da Silva é um Instituto religioso no qual as monjas, seguindo mais de perto a Cristo sob a ação do Espírito Santo, vivem o Evangelho segundo a Regra e a forma de vida aprovada pelo Papa Júlio II ( 17 de setembro de 1511). As Concepcionistas se consagram totalmente a Deus, desposando-se com Jesus Cristo, nosso Redentor, em honra da Conceição Imaculada de sua Mãe, pela profissão dos conselhos evangélicos de obediência, sem próprio e em castidade, vividas em comunhão fraterna e em perpétua clausura. Pelo divino caminho da humildade e pobreza de nosso Senhor Jesus Cristo e de sua bendita Mãe, inspirado a Santa Beatriz pelo Espírito Santo, as Concepcionista unidas de modo especial à Igreja e seu mistério, vivem sua condição humana no serviço do Reino ao qual se entregam como hóstia viva em corpo e alma. Sem a Igreja, uma irmã não é Concepcionista, mas com a Igreja ela o é totalmente. Por isso, a Concepcionista se situa plenamente na Igreja e, assim, dá testemunho do mistério da Igreja através da Imaculada Conceição, que só é compreensível porque ela se tornou Igreja em Jesus Cristo. A Ordem da Imaculada Conceição é totalmente contemplativa. Seduzida pelo amor eterno de Deus, vive o mistério de Cristo a partir da fé, da oração constante, da disponibilidade e do ocultamento silencioso. As Concepcionistas, fiéis à sua vocação de vida religiosa contemplativa e fiéis ao carisma de Santa Beatriz, seguem com Maria os passos de Jesus Cristo, procurando ter sobre todas as coisas o espírito do Senhor e sua santa operação, com pureza de coração e oração devota. Em companhia de Maria, a Mãe de Jesus (At 1,14), as Concepcionistas permanecem num mesmo espírito de oração, conscientes de que isto é o único necessário (PC 5 e 7), realizando dessa maneira sua missão na Igreja, sendo uma fonte de graças celestiais. As Concepcionistas buscam o princípio e o fim de todas as coisas na oração, pois só na oração incessante (1Ts 5,7) podem conhecer a Deus como a seu único Esposo. As Concepcionistas devem ter grande reverência e honra pela Santíssima Eucaristia, porque este mistério de amor contém todo bem espiritual da Igreja (PO 5). A Ordem é também conhecida pelo nome de Concepcionistas Franciscanas. Com isso mostra-se que, como Santa Beatriz e suas companheiras e também suas sucessoras quiseram e professaram o espírito da doutrina e da veneração da Imaculada Conceição, próprio da Ordem Franciscana, é uma característica da Ordem. Outras Ordens não expressam essa doutrina e veneração desta forma. Portanto, ela faz parte da identidade das Irmãs Concepcionistas. A Ordem da Imaculada Conceição encontrou na espiritualidade franciscana um apoio para chegar a Cristo e à sua Mãe. Na espiritualidade franciscana exalta-se a grandeza de Deus que se fez pequeno (Cf Fl 2,6-11) de forma que a glória de Deus resplandece na pequenez do Filho de Deus, que despojando-se da condição divina assumiu a condição humana. A partir desse fato, cada pessoa é um ser especialmente importante e amada por Deus, de uma preciosidade única. Essa nova dignidade da pessoa aparece exatamente quando o ser humano participa da pobreza e da humildade de Jesus Cristo, que, no fundo, são formas de amor. Segundo o teólogo franciscano Beato João Duns Scotus, todos são chamados a co-amar com Deus. Deus já começou a amar antes de nós. Nós podemos co-amar com Ele. O primeiro ser humano a juntar-se a Ele foi Maria Imaculada. Exatamente seu caráter de Imaculada torna-a capaz de participar de ser co-amor puro com Deus, pois, afinal, ela tem um coração puro. Na verdade, os puros de coração verão a Deus! (Mt 5,8). A vida das Irmãs Concepcionistas, até sua história atual, é uma caminhada de co-amor puro com Deus, como se pode constatar em muitas Irmãs em vias de canonização e também nas inúmeras Irmãs que se tornaram santas “escondidas”. Os elementos que integram a vida e a espiritualidade da Ordem da Imaculada Conceição manifestam-se num processo de enriquecimento. Devem ser vividos em contínuo dinamismo, de acordo com os sinais dos tempos e como resposta às várias necessidades da Igreja, mantendo viva a lâmpada que o Espírito Santo acendeu em Santa Beatriz. Santa Beatriz fundou a Ordem da Imaculada Conceição para o serviço e celebração do mistério de Maria em sua Imaculada Conceição, sabendo que a honra da Imaculada Conceição nada mais é que um reflexo da glória de Deus na face de Jesus Cristo (Cf 2Cor 4,6). Evidentemente, a Imaculada Conceição não pode ser vista isoladamente mas a partir de Jesus Cristo. O sentido da Imaculada Conceição é a outra Concepção: a do Filho de Deus. Aquele que ela concebe já a havia redimido, como afirma João Duns Scotus. Ela carrega Aquele que a carregou. A veneração da Imaculada Conceição realiza-se na ação do Filho que vive para o louvor do Pai. A Imaculada é iluminada pela luz do Filho. Por isso, ela é uma figura exemplar da nossa fé. As Concepcionistas obrigam-se, então, a viver as atitudes de a Maria no seguimento de Cristo. Dessa forma tornam-se sensíveis à missão de Jesus.

Para refletir


“Se alguma coisa se te opõe e te fere, deixa crescer. É que estás a ganhar raízes e a mudar. Abençoado ferimento que te faz parir de ti próprio”. (Saint-Exupéry)


Na nossa jornada humana procuramos fugir de qualquer provação, sofrimento ou dor. Estamos na sociedade do estético como já dizia Kierkegäard: fazemos de tudo para maquiar a dor, o sofrimento, a morte... Com isso fingimos que eles não existem! Porém, infeliz da pessoa que nunca sofreu, pois nunca aprendeu o que é ser humano. Para proteger a bela rosa, a natureza concedeu espinhos à roseira. Talvez para nos dizer que a rosa existe para ser contemplada e não para ser arrancada...Abençoado ferimento que te faz parir de ti próprio... Que sabedoria nesta simples frase! Abençoada luta da existência que nos faz crescer, ir além daquilo que falam, querer observar o que está além do muro. A pessoa não está pronta e acabada. O mundo também não... Somos continuadores da obra da criação. Deus conta com nossa participação. Ele é Pai e não paternalista...
Frei Paulo Sérgio, OFM.